Paul McGuinness, empresário do U2, já avisou: "If you pile a lot of extra material and packaging and design work into a super-duper box set, there are people who will pay quite a lot for it, so you can budget it at a very high level and pump up the value.”
Traduzindo rapidamente: "Se você coloca um monte de faixas-bônus e coisas extras (nos remasters do Achtung Baby e Zooropa), as pessoas vão pagar muito. Por isso este alto nível, com certeza, vai fazer subir o valor", especulou o quinto U2.
A frase soa capitalista e selvagem. Mas ele está certo. Os fãs vão pagar, sim, bastante pelos extras que devem chegar em breve de Achtung Baby e seu sucessor, Zooropa.
O mais badalado deles é o primeiro. Mas o tema de hoje é, na minha opinião, o disco que virou a cabeça do U2. Ele é interessante demais. Ainda que não tão melódico e comercial. Suas contradições são imensas: apesar de ser, talvez, o disco mais difícil de ser digerido, atingiu o primeiro lugar nos EUA e Reino Unido. E em muitas outras praças.
Zooropa chegou às lojas em 5 de julho de 1993. Com mais efeitos e mixagens eletrônicas do que seu antecessor, o disco apareceu num momento muito roqueiro da humanidade. Ainda tínhamos Nirvana, Pearl Jam, Metallica e outras forças noventistas lançando pedradas, como foi o último disco de estúdio da banda de Kurt Cobain, In Utero.
Mas a força de Zooropa surpreendeu. Nem mesmo com o roubo de fitas com as sessões do álbum, um mês antes, na casa de Gavin Friday (amigo da banda) ele sucumbiu. Afinal, em 1993 não havia Internet, e a pirataria era coisa apenas de colecionador. As 10 faixas incluídas no disco são resultados de composições iniciadas durante o making of de Achtung Baby! e melodias geradas em soundchecks, no meio da ZOO TV tour. Entre fevereiro e maio, o grupo se dividia entre as apresentações e três locações de gravações em Dublin: o The Factory, Windmill Lane e Westland Studios.
A produção também foi dividida entre The Edge, Brian Eno e Flood, o que não deixou de causar um certo tumulto durante o processo criativo. Para entregar o disco em tempo, o time se dividiu. Enquanto algumas músicas recebiam os arranjos finais, o material pronto era mixado. Como é quase uma tradição no universo do U2, o debate foi quente para decidir qual seria a cara do LP. No final, uma das músicas mais roqueiras caiu fora: "Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me", adiando sua estreia para a trilha sonora de Batman Eternamente, de 1995. No produto final, itens como "The Wanderer", uma espécie de country cibernético, com Johnny Cash nos vocais "Numb", pre-tecno com Edge nos vocais e "Stay" (Faraway, So Close!) - canção que entraria na trilha sonora do filme de Win Wenders.
E o que esperar dos extras que vão aparecer na prometida e "caríssima" caixa - segundo Paul McGuinness - de Zooropa?
Alguns itens que devem estar lá são as aguardadas versões iniciais de "Wake Up Dead Man", "If You Wear That Velvet Dress" e "If God Will Send His Angels" (lançadas em POP), "The Wanderer", com Bono no vocal principal e "In Cold Blood", mencionada como uma resposta da banda à guerra da Bósnia.
Como nas caixas já lançadas pelo U2 apareceram canções e outtakes que nunca tínhamos ouvido falar, é bem possível que outras surpresas possam surgir. CERTO SR. MCGUINNESS?
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