A apresentação de um dos maiores – senão, o maior – performer da música no estádio do Morumbi durante quase 3 horas na noite de domingo foi marcada pelo paradoxo: Como o melhor show do mundo pode contar com a pior organização já vista?
Já estive em mais de 50 shows internacionais, e nunca vi isso. Nem era festival para dar desculpas.
O desrespeito maior ficou por conta de quem comprou ingressos para ver Paul McCartney na pista. Após ficar duas horas na fila sob sol infernal, acabei transferido para outra fila sem NENHUMA explicação. Eu e mais de 200 pessoas. Ou mais. Consequência: assistir ao show bem mais atrás do que o previsto. Fora que estava superlotado (mais ingressos do que o espaço previsto). Mais sobre o caso depois...
O SHOW
Foi meu quinto show (acompanho de perto sua carreira), e o segundo de Paul McCartney em São Paulo. Do ponto de vista visual, no Pacaembu foi bem melhor e sem tumulto. Quanto à performance, até agora, considero a melhor. Com o vocal mais sólido, mesmo com 68 anos. O outro paradoxo é que, aparentemente, McCartney canta com uma voz melhor o velho e bom rock and roll. Tipo, “Helter Skelter” está bem melhor que “My Love”. Ou “Jet”, detona “Blackbird”.
Outra visão particular: OK, o público em geral está ai para ver Beatle-Paul, e imagina que nada mudou. Acontece que sua carreira solo é rica e com clássicos tão bons quanto as canções dos Fab Four. Deu para ver isso em músicas obscuras como “Ms. Vandebilt” que empolgou tanto quanto outras do quarteto. Gostaria de ver no futuro mais músicas gravadas por ele depois de 1970. Confira o setlist:
1. Venus and Mars / Rockshow
2. Jet
3. All My Loving
4. Letting Go
5. Drive My Car
6. Highway
7. Let Me Roll It /Foxy Lady jam)
8. The Long And Winding Road
9. Nineteen Hundred and Eighty Five
10. Let ‘Em In
11. My Love
12. I’ve Just Seen A Face
13. And I Love Her
14. Blackbird
15. Here Today
16. Dance Tonight
17. Mrs Vandebilt (mais improviso)
18. Eleanor Rigby
19. Something
20. Sing The Changes
21. Band on the Run
22. Ob-La-Di, Ob-La-Da
23. Back In The USSR
24. I’ve Got A Feeling – mais uma jam
25. Paperback Writer – mais uma jam
26. A Day In The Life / Give Peace A Chance
27. Let It Be
28. Live And Let Die
29. Hey Jude
Encore
30. Day Tripper
31. Lady Madonna
32. Get Back
Second Encore
33. Yesterday (mais improviso)
34. Helter Skelter
35/36. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band / The End
Mais detalhes amanhã. Daqui a pouco vou para a segunda noite – e última aqui em SP. Vai dar uma espécie de depressão pós-parto masculina...
****
3 comentários:
Hahaha! 'depressão pós-parto masculina' foi ótima!
Admiro o Paul como músico e pela postura que tem até hoje do alto dos 68 anos mas sinceramente, eu que não conheço quase nada dele 'fora' dos Beatles, acho que iria ''boiar" no show. Pelo pouco que assisti na tv ( óbvio que não tem comparação ao vivo...) eu iria ficar bem intediada. De qualquer forma não dá para desconsiderar a importância do Paul e dos Beatles na história do rock. É um grande músico.
Nada melhor que ir ao show de uma banda/cantor que admiramos. É extasiante ouvir músicas em coro de milhares de pessoas, muito emocionante mesmo!
Espero que ele esteja melhor do tombo (rs) e que o show de hoje seja ainda melhor! :)
bjs.
Finalmente estou aqui , Claudião.
Parabéns pelo blog.
Sensacionais, tanto a crônica quanto o show.
Agora a depressão você cura com o vice-campeonato brasileiro.
Abração
VLAMIR
Acho que vou ficar sem curar a depressão!
Valeu pela força e tudo mais...!
Postar um comentário