sábado, janeiro 08, 2011

O triste fim das lojas de discos







Este post deveria começar com uma caixa de lenços descartáveis para enxugar  lágrimas...


Recentes notícias vindas da Inglaterra apontaram que a cadeia de lojas mais famosa do país - e uma das maiores do mundo - alertou a população para o fechamento de nada menos que SESSENTA de um total de quase 400 lojas, em toda a Grã-Bretanha. Um dos motivos apontados pela HMV (fundada em 1921, em Londres), foi a queda de 10% das vendas neste último Natal. Foi apenas mais um ano de baixas, desde o início da última década.


Não existe dúvidas sobre o motivo destas perdas. Ainda que as vendas on-line de músicas tenha crescido, o drama enfrentado pelos profissionais da área é oa conhecido download ilegal. OK, hipocrisia de lado: preços, impostos, comodidade e outros itens também afastaram o consumidor das lojas.


Isso não justifica o abandono, na minha opinião. Não são apenas os artistas e donos de gravadoras que perdem dinheiro. Existem profissionais de marketing, funcionários responsáveis pela arte gráfica e embalagens, transporte da mercadoria, vendedores etc. Muita gente envolvida que eventualmente perderá o emprego.


Se não tenho aqui a fórmula para evitar a derrocada das nossas amadas lojas, ao menos vale recordar quanto elas marcaram a vida de quem gosta de música.








Aqui no Brasil, por exemplo, existia uma loja dentro do Santana Shopping (que fica entre a Duarte de Azevedo e Voluntários da Pátria) que não tinha nada de especial.  Era bem simplória. Só que para mim, ela ganhou o status de ser a primeira onde comprei os discos com o meu próprio dinheiro em 1990. No meu primeiro emprego, do outro lado da rua, na Musical Santana. Lá eu comprei os LPs Revolver, dos Beatles, e Back To The Egg, dos Wings.


Em Londres, fui na HMV da Oxford Street muitas vezes. Uma delas, em 31 de outubro de 2000, quando adquiri o All That You Can't Leave Behind, do U2, no dia do lançamento mundial.


Para mim, lojas de disco são mais do que estabelecimentos comerciais. Nas lojas, você tem a possibilidade de ir às prateleiras para realizar o seu desejo musical. A realidade aponta para o mundo digital e o fim, triste fim das lojinhas. Mas nos nossos sonhos pelo menos ainda dá para matar esta saudade de um tempo nem tão distante assim. 


Existe ainda salvação?


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