A série “crepúsculo” do rock and roll oitentista (que nada tem a ver com a saga cinematográfica de vampiros) tem tirado o sono dos fãs em todo o mundo. Primeiro foi o R.E.M. Meses depois de colocar no mercado um de seus melhores discos dos últimos anos, Collapse Into Now, Michael Stipe, Peter Buck e Mike Mills anunciaram que não tocariam mais juntos.
Depois desse susto foi a vez de Bono e The Edge darem pistas de que o futuro do U2 corre perigo.
Sem lançar um álbum desde 2009 (No Line On The Horizon), Bono declarou recentemente, em entrevista promocional ao aniversário de 20 anos de Achtung Baby, que a banda se encontra numa situação semelhante a de 1990, quando quase se separou após a turnê LoveTown, em apoio ao álbum Rattle and Hum. “Só lançaremos um novo CD se ele for realmente relevante”, prometeu.
Mais de duas décadas separam as transformações daquela época para Achtung Baby – álbum que não reinventou a banda, como o cenário pop. Naquele instante histórico, em que o mundo detonava a Cortina de Ferro, a internet ainda não havia transformado a indústria fonográfica. E é exatamente este fenômeno que deixa o U2 numa encruzilhada.
Nos arquivos da banda, temos pelo menos três álbuns praticamente prontos, envolvendo produtores como Rick Rubin, Danger Mouse e até mesmo a dupla fiel Danny Lanois e Brian Eno. Estes arquivos sejam justamente o símbolo do “peso na consciência” do U2: Seriam estes trabalhos capazes de dar uma nova vida a um nome que já conquistou tudo o que queria?
Em suas múltiplas encarnações, o U2 já fez de tudo: de pop tradicional a rock industrial, loopings dançantes, versões irlandesas para o blues e muito mais. O carrossel de gêneros é justamente o quebra-cabeça que a banda tenta montar neste momento.
A suspeita que fica é a seguinte: será que o U2 terá o mesmo pique para se reinventar MAIS uma vez? Caso a resposta seja negativa, as probabilidades de um fim precoce não podem ser descartadas.
****
0 comentários:
Postar um comentário