quinta-feira, setembro 06, 2012

O Evangelho dos Beatles, segundo Mark Lewisohn






Entre as inúmeras tiradas feitas com tudo o que é relacionado aos Beatles, pode se dizer que, desde seu primeiro livro – The Beatles Live! (1986) – a carreira de Mark Lewisohn tem provado ser “Uma estrada longa e sinuosa”.  Fato. O trocadilho com “The Long And Winding Road” seria 100% apropriado, caso os desvios encarados pelo maior expert no quarteto não tenham levado o inglês ao Olimpo dos escritores. Por isso, vale a pena olhar um pouco ao passado para saber a origem da lenda.

Como feedback positivo da primeira obra, Mark recebeu a missão de continuar as pesquisas do engenheiro da EMI, John Barrett, que, pouco antes de morrer, catalogara fita por fita, gravação por gravação dos Fab Four nos estúdios Abbey Road. O produto da labuta foi o massivo The Complete Recording Sessions (1988), segundo livro – e mais famoso de todos -, que conta os segredos de cada take produzido pelos garotos de Liverpool, de “Love Me Do” a “Let It Be”.

Assim, o trabalho cirúrgico do historiador foi sendo prolongado. Com tantas obras aclamadas no CV, Lewisohn passou ainda a colaborar com a MPL (companhia de Paul McCartney) em inúmeros projetos, e se aprofundar no universo dos Beatles com a retrospectiva série multimídia Anthology (1995-1996), entre outras jornadas investigativas sobre a banda.

Odisseia




Em 2005, Mark Lewisohn fez o pronunciamento oficial. Em três anos, o mundo receberia o seu mais ambicioso projeto: o primeiro volume de uma biografia meticulosa e reveladora sobre a carreira de John, Paul, George e Ringo. A complexidade e o perfeccionismo exigidos por seu criador, entretanto, o obrigaram a adiar diversas vezes o início da trilogia, batizada em 2010 como The Beatles: The Complete Story. Se nada for alterado, esta "nova bíblia" (800 páginas) deve chegar às lojas, finalmente, em setembro de 2013. É muito tempo? Se contar com a ansiedade dos fãs, é uma eternidade. Se o lado do perfeccionismo for levado mais em conta, será o tempo necessário para colher informações jamais lidas em qualquer outro livro.

Confira agora algumas informações extras sobre este projeto, da boca do próprio Mark Lewisohn. O material a seguir foi compilado de algumas entrevistas que fiz com o autor entre 2009-2011, além de material divulgado por sites dos Estados Unidos e Inglaterra.


* The Beatles: The Complete Story ia se chamar FAB em 2003, mas o título foi modificado em 2008.

* Antes de iniciar as entrevistas e pesquisas para o livro, Mark Lewisohn planejava escrever uma obra que dissecasse somente o ano de 1963, considerado divisor de águas na carreira dos Beatles.

* Para compor The Complete Beatles Story, que será dividido em três volumes, Mark Lewisohn receberá, no total, cerca de 1 milhão e duzentos mil libras esterlinas (cerca de 4 milhões de reais).

*O primeiro volume de The Beatles: The Complete Story vai cobrir os anos de 1940 a 1962, mas também viaja ainda mais ao passado. Precisamente, ao século 19, em busca das raízes mais primitivas dos membros do quarteto.

* Mark Lewisohn afirmou: embora milhões de livros tenham chegado às mãos dos fãs, ainda existem informações inéditas a serem exploradas. Segundo ele, cada capítulo reserva surpresas para quem é apaixonado pelo grupo.

* Apesar de manter segredo de estado sobre as novidades, Mark adiantou que nós ficaremos sabendo como foi todo o processo para que os Beatles pudessem chegar ao palco do Ed Sullivan Theater em Nova York, em fevereiro de 1964.

* Vida de historiador - principalmente, dos Beatles - não é das mais fáceis. Para dar conta de tanto trabalho, Mark entra em seu escritório às 5h30 da manhã e só deixa o local perto das 10h da noite.

* Mark é um apaixonado por pesquisas, e o assunto Beatles sempre foi o mais atraente. Fã desde a infância, o autor garante: vai apresentar a verdade nua e crua sobre os fatos, sem preservar ou proteger qualquer detalhe relacionado a John, Paul, George e Ringo.

* Para investigar todos os assuntos possíveis, Mark tem viajado muito: Liverpool, Hamburgo, Los Angeles, Nova York, Paris são algumas das cidades visitadas pelo pesquisador. Tudo para obter informações direto da fonte, e de pessoas jamais entrevistadas sobre o assunto.

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